Lei do menor aprendiz atualizada 2022

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Lei do menor aprendiz atualizada 2022

DECRETO Nº 11.479, DE 6 DE ABRIL DE 2023
Altera o Decreto nº 9.579, de 22 de novembro de 2018, para dispor sobre o direito à profissionalização de adolescentes e jovens por meio de programas de aprendizagem profissional.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das atribuições que lhe confere o art. 84, caput, incisos IV e VI, alínea “a”, da Constituição, e tendo em vista o disposto no Título III, Capítulo IV, Seção IV, da Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, 

DECRETA:

Art. 1º O Decreto nº 9.579, de 22 de novembro de 2018, passa a vigorar com as seguintes alterações:

Art. 44.  Para fins do disposto neste Capítulo, considera-se aprendiz a pessoa maior de quatorze anos e menor de vinte e quatro anos, inscrita em programa de aprendizagem, que celebra contrato de aprendizagem, nos termos do disposto no art. 428 da Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943.

Parágrafo único.  A idade máxima prevista no caput não se aplica a aprendizes com deficiência.” (NR)

Art. 45.  Considera-se contrato de aprendizagem o contrato de trabalho especial, ajustado por escrito e por prazo determinado não superior a dois anos, em que o empregador se compromete a assegurar ao aprendiz formação técnico-profissional metódica compatível com o seu desenvolvimento físico, moral e psicológico e o aprendiz se compromete a executar, com zelo e diligência, as tarefas necessárias a sua formação.” (NR)

“Art. 50.  …………………………………………………………………………………………

………………………………………………………………………………………………………

II – as escolas técnicas de educação;

………………………………………………………………………………………………………

  • As entidades de que trata ocaput disporão de estrutura adequada ao desenvolvimento dos programas de aprendizagem profissional, de forma a manter a qualidade do processo de ensino e a acompanhar e avaliar os resultados.

………………………………………………………………………………………………” (NR)

“Art. 51.  …………………………………………………………………………………………

………………………………………………………………………………………………………

  • O Ministério do Trabalho e Emprego disponibilizará sistema eletrônico que permita aos estabelecimentos a emissão de certidão de cumprimento de cota de aprendiz para a comprovação do atendimento às exigências estabelecidas na Lei nº 14.133, de 1º de abril de 2021.” (NR)

Art. 52.  Deverão ser incluídas no cálculo da porcentagem do número de aprendizes a que se refere o caput do art. 51 todas as funções que demandem formação profissional, independentemente de serem proibidas para menores de dezoito anos, considerada a Classificação Brasileira de Ocupações do Ministério do Trabalho e Emprego.

Parágrafo único.  Ficam excluídas do cálculo as funções que:

I – demandem, para o seu exercício, habilitação profissional de nível técnico ou superior;

II – estejam caracterizadas como cargos de direção, de gerência ou de confiança, nos termos do disposto no inciso II do caput e no parágrafo único do art. 62 e no § 2º do art. 224 da Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1943.” (NR)

Art. 53.  A contratação de aprendizes deverá atender, prioritariamente, aos adolescentes com idade entre quatorze e dezoito anos, exceto quando:

I – as atividades ocorrerem no interior do estabelecimento e sujeitarem os aprendizes à insalubridade ou à periculosidade sem que se possa elidir o risco ou realizá-las integralmente em ambiente simulado;

II – a lei exigir, para o desempenho das atividades práticas, licença ou autorização vedada para pessoa com idade inferior a dezoito anos; e

III – a natureza das atividades práticas for incompatível com o desenvolvimento físico, psicológico ou moral dos adolescentes aprendizes.

  • 1º As atividades práticas da aprendizagem a que se refere ocaputpoderão ser atribuídas, quando for o caso, a jovens aprendizes com idade entre dezoito e vinte e quatro anos.
  • 2º  A seleção de aprendizes deverá priorizar a inclusão de jovens e adolescentes em situação de vulnerabilidade ou risco social, tais como:

I – adolescentes egressos do sistema socioeducativo ou em cumprimento de medidas socioeducativas;

II – jovens em cumprimento de pena no sistema prisional;

III – jovens e adolescentes cujas famílias sejam beneficiárias de programas de transferência de renda;

IV – jovens e adolescentes em situação de acolhimento institucional;

V – jovens e adolescentes egressos do trabalho infantil;

VI – jovens e adolescentes com deficiência;

VII – jovens e adolescentes matriculados em instituição de ensino da rede pública, em nível fundamental, médio regular ou médio técnico, incluída a modalidade de educação de jovens e adultos; e

VIII – jovens desempregados e com ensino fundamental ou médio concluído em instituição de ensino da rede pública.” (NR)

“Art. 54.  Ficam excluídos do cálculo da porcentagem do número de aprendizes a que se refere o caput do art. 51:

I – os empregados que executem os serviços prestados sob o regime de trabalho temporário instituído pela Lei nº 6.019, de 3 de janeiro de 1974; e

II – os aprendizes já contratados.

Parágrafo único.  Na hipótese de empresas que prestem serviços especializados para terceiros, independentemente do local onde sejam executados, os empregados serão considerados exclusivamente para o cálculo da porcentagem da empresa prestadora.” (NR)

Art. 55.  As entidades qualificadas em formação técnico-profissional metódica, nos termos do disposto no art. 50, poderão suprir a demanda dos estabelecimentos na hipótese de os serviços nacionais de aprendizagem não oferecerem cursos ou vagas suficientes.

Parágrafo único.  A insuficiência de cursos ou vagas a que se refere o caput será verificada pela inspeção do trabalho.” (NR)

Art. 57.  A contratação do aprendiz deverá ser efetivada diretamente pelo estabelecimento a que se refere o caput do art. 51, que assumirá a condição de empregador e deverá inscrever o aprendiz em programa de aprendizagem a ser ministrado pelas entidades de que trata o art. 50.

  • 1º Na hipótese de impossibilidade de contratação direta pelo estabelecimento, para fins do cumprimento da cota referente ao número de aprendizes prevista nocaputdo art. 51, a contratação poderá ser feita, supletivamente, pelas entidades sem fins lucrativos a que se refere o inciso III do caput do art. 50, desde que haja prévia celebração de contrato com o estabelecimento.
  • 2º O contrato de que trata o § 1º deverá conter, entre outras, as seguintes obrigações:

I – a entidade sem fins lucrativos, simultaneamente ao desenvolvimento do programa de aprendizagem:

  1. a) assumirá a condição de empregador, com os ônus dela decorrentes; e
  2. b) assinará a Carteira de Trabalho e Previdência Social do aprendiz, na qual anotará, no espaço destinado às anotações gerais, a informação de que o contrato de trabalho decorre de contrato firmado com determinado estabelecimento para fins do cumprimento de sua cota de aprendizagem; e

II – o estabelecimento assumirá a obrigação de proporcionar ao aprendiz a experiência prática da formação técnico-profissional metódica a que este será submetido.” (NR)

“Art. 58.  …………………………………………………………………………………………

I – de forma direta, nos termos do disposto no caput do art. 57, por meio da realização de processo seletivo, divulgado pela publicação de edital; ou

II – nos termos do disposto no § 1º do art. 57.

Parágrafo único.  Não se aplica o disposto neste Capítulo à contratação do aprendiz por órgãos e entidades da administração pública direta, autárquica e fundacional, que observará regulamento específico.” (NR)

Art. 62.  A jornada de trabalho do aprendiz compreenderá as horas destinadas às atividades teóricas e práticas, simultâneas ou não, estabelecidas no plano do curso pela entidade qualificada em formação técnico-profissional metódica.” (NR)

Art. 65.  As aulas práticas deverão ser desenvolvidas de acordo com as disposições do programa de aprendizagem e poderão ocorrer:

I – na entidade qualificada em formação técnico-profissional metódica; ou

II – no estabelecimento contratante ou concedente da experiência prática do aprendiz.

  • 1º A entidade responsável pelo programa de aprendizagem fornecerá aos empregadores e ao Ministério do Trabalho e Emprego, quando solicitado, cópia do projeto pedagógico do programa.
  • 2º Na hipótese do inciso II docaput, o estabelecimento, ouvida a entidade qualificada em formação técnico-profissional metódica, designará um empregado monitor responsável:

I – pela coordenação de exercícios práticos; e

II – pelo acompanhamento das atividades do aprendiz no estabelecimento, em conformidade com o disposto no programa de aprendizagem.

  • 3º Para fins da experiência prática de acordo com a organização curricular do programa de aprendizagem, o empregador que mantenha mais de um estabelecimento no mesmo Município poderá centralizar as atividades práticas correspondentes em um de seus estabelecimentos.” (NR)

Art. 66.  O estabelecimento contratante cujas peculiaridades da atividade ou dos locais de trabalho constituam embaraço à realização das aulas práticas poderá:

I – ministrar as aulas práticas exclusivamente nas entidades qualificadas em formação técnico-profissional, às quais caberá o acompanhamento pedagógico das aulas; ou

II – requerer junto à unidade descentralizada do Ministério do Trabalho e Emprego a assinatura de termo de compromisso para o cumprimento da cota de aprendizagem em entidade concedente da experiência prática do aprendiz.

  • Compete ao Ministério do Trabalho e Emprego definir:

I – os setores da economia em que a aula prática poderá ser ministrada nas entidades concedentes; e

II – o processamento do pedido de assinatura de termo de compromisso.

………………………………………………………………………………………………………

  • No caso do inciso II docaput, o estabelecimento contratante e a entidade qualificada por ele já contratada deverão firmar, conjuntamente, parceria com uma das entidades concedentes referidas no § 2º para a realização das aulas práticas.
  • 4º Para fins do adimplemento integral da cota de aprendizagem, os percentuais a serem cumpridos, em qualquer das modalidades previstas nos incisos I e II docaput, deverão constar do termo de compromisso firmado com o Ministério do Trabalho e Emprego, observados:

I – os limites previstos na Seção IV do Capítulo IV do Título III da Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1943; e

II – a contratação do percentual mínimo de que trata o caput do art. 51.” (NR)

Art. 66-A.  O Ministério do Trabalho e Emprego poderá autorizar a execução de programas de aprendizagem profissional experimentais.

  • 1º Entende-se por programas de aprendizagem profissional experimentais os programas demandados pelo mercado de trabalho que possuam características inovadoras em relação à formação técnico-profissional metódica dos programas de aprendizagem regulares, desde que estejam de acordo com as normas previstas na Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1943.
  • 2º A entidade qualificada em formação técnico-profissional metódica deverá encaminhar ao Ministério do Trabalho e Emprego o projeto pedagógico do programa de aprendizagem profissional experimental, acompanhado do plano de avaliação de impacto da metodologia, que deverá considerar os indicadores de empregabilidade.
  • 3º Para o desenvolvimento dos programas de aprendizagem profissional experimentais poderão ser firmadas parcerias com:

I – outras entidades qualificadas em formação técnico-profissional metódica;

II – entidades que tenham por objetivo a qualificação profissional; ou

III – entidades que sejam reconhecidas pelo desenvolvimento de competências profissionais em sua área de atuação.

  • 4º As entidades qualificadas em formação técnico-profissional metódica que comprovarem a inserção no mercado de trabalho de, no mínimo, oitenta por cento dos aprendizes concluintes do programa de aprendizagem experimental terão autorização especial concedida anualmente pelo Ministério do Trabalho e Emprego para continuar a ofertar o programa, desde que comprovem a manutenção dos índices de empregabilidade dos aprendizes egressos em percentual superior ao estabelecido neste parágrafo.
  • 5º  Ato do Ministro de Estado do Trabalho e Emprego regulamentará o disposto neste artigo.” (NR)

Art. 71.  O contrato de aprendizagem será extinto:

I – no seu termo;

II – quando o aprendiz completar vinte e quatro anos, exceto se for aprendiz com deficiência; ou

III – antecipadamente, nas seguintes hipóteses:

  1. a) desempenho insuficiente ou inadaptação do aprendiz;
  2. b) falta disciplinar grave;
  3. c) ausência injustificada à escola que implique perda do ano letivo; e
  4. d) a pedido do aprendiz.
  • 1º Nas hipóteses de extinção e rescisão do contrato de aprendizagem, o empregador deverá contratar novo aprendiz, nos termos do disposto neste Decreto, sob pena de infração ao disposto no art. 429 da Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1943.
  • 2º O desempenho insuficiente ou a inadaptação do aprendiz referente às atividades do programa de aprendizagem de que trata a alínea “a” do inciso III docaputserá caracterizado por meio de laudo de avaliação elaborado pela entidade qualificada em formação técnico-profissional metódica.
  • 3º A falta disciplinar grave de que trata a alínea “b” do inciso III docaputserá caracterizada por quaisquer das hipóteses previstas no art. 482 da Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1943.
  • 4º A ausência injustificada às aulas que implique perda do ano letivo, de que trata a alínea “c” do inciso III docaput, será caracterizada por meio de declaração da instituição de ensino.” (NR)

“Art. 75-A.  ……………………………………………………………………………………..

………………………………………………………………………………………………………

  • O reconhecimento dos objetivos previstos nocaput ocorrerá por meio de:

I – concessão do Prêmio Parceiros da Aprendizagem Profissional; e

II – divulgação, pelo Ministério do Trabalho e Emprego, da classificação das entidades qualificadas em formação técnico-profissional metódica e dos estabelecimentos cumpridores da cota de aprendizagem profissional.

  • 2º O Ministério do Trabalho e Emprego regulamentará o Programa de Reconhecimento de Boas Práticas na Aprendizagem Profissional.” (NR)

Art. 75-B.  O Ministério do Trabalho e Emprego regulamentará o Programa Embaixadores da Aprendizagem Profissional, com a finalidade de ampliar o engajamento da sociedade no aumento de vagas e na boa execução da aprendizagem profissional.

  • 1º Poderão ser designados como embaixadores da aprendizagem cidadãos, nacionais ou estrangeiros, que tenham praticado ações relevantes nessa área, para auxiliar o Ministério do Trabalho e Emprego na divulgação e na articulação da aprendizagem profissional no âmbito local.
  • 2º A designação de que trata o § 1º será feita por ato do Ministro de Estado do Trabalho e Emprego e poderá ocorrer por unidade federativa ou nacionalmente.
  • 3º O exercício da função de embaixador da aprendizagem é considerado prestação de serviço público relevante, não remunerada.” (NR)

Art. 2º Os contratos de aprendizagem firmados nos termos do disposto no Decreto nº 11.061, de 4 de maio de 2022, ficam válidos até o término de sua vigência.

Art. 3º Ficam revogados:

I – os seguintes dispositivos do Decreto nº 9.579, de 2018:

  1. a) os§ 2º do art. 44;
  2. b) osincisos Ie II do caput e os § 1º a § 5º do art. 45;
  3. c) osincisos I a IV do § 1º do art. 50;
  4. d) o 51-A;
  5. e) o 51-B;
  6. f) o 51-C;
  7. g) os§ 2º do art. 52;
  8. h) o 53-A;
  9. i) o 53-B;
  10. j) osincisos IIIIV do caput e os  1º e § 2º do art. 54;
  11. k) o 54-A;
  12. l) osincisos III do caput do art. 57;
  13. m) o 57-A;
  14. n) o 57-B;
  15. o) os§ 4º do art. 60;
  16. p) o 64-A;
  17. q) osincisos III a VI docaput e o  4º do art. 65;
  18. r) o 65-A;
  19. s) o 65-B;
  20. t) o 65-C;
  21. u) o 5º do art. 66;
  22. v) osincisos IVV do caput do art. 71;
  23. w) oparágrafo único do art. 75-A;
  24. x) osincisos I a III docaput e o parágrafo único do art. 75-B;
  25. y) o 75-C; e
  26. z) o 75-D;

II – o art. 7º-A do Decreto nº 10.905, de 20 de dezembro de 2021; e

III – os seguintes dispositivos do Decreto nº 11.061, de 2022:

  1. a) o art. 1º, na parte em que altera os seguintes dispositivos do Decreto nº 9.579, de 2018:

  2. oart. 44;
  3. oart. 45;
  4. oinciso II docaput e o § 1º do art. 50;
  5. oart. 51-A;
  6. oart. 51-B;
  7. oart. 51-C;
  8. oart. 52;
  9. oart. 53;
  10. osart. 53-Aart.53-B;
  11. oart. 54;
  12. oart. 54-A;
  13. oart. 55;
  14. oart. 57;
  15. oart. 57-A;
  16. oart. 57-B;
  17. osincisos III do caput do art. 58;
  18. oart. 60;
  19. oart. 62;
  20. oart. 64-A;
  21. oart. 65;
  22. oart. 65-A;
  23. oart. 65-B;
  24. oart. 65-C;
  25. oart. 66;
  26. oart. 71;
  27. oparágrafo único do art. 75-A;
  28. oart. 75-B;
  29. oart. 75-C; e
  30. oart. 75-D; e
  31. b) os 2º a art. 4º.

Art. 4º Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 6 de abril de 2023; 202º da Independência e 135º da República.

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA Luiz Marinho

Este texto não substitui o publicado no DOU de 6.4.2023 – Edição extra

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